quinta-feira, 28 de junho de 2012

Maior projeto da história vai custar R$ 40 bilhões à Vale                       


Depois de quase oito anos, a Vale obteve ontem (27) a licença prévia para o maior projeto de sua história: a segunda mina de minério de ferro de Carajás, localizada na Serra Sul, no Pará.

Ao todo, o empreendimento vai consumir investimentos de R$ 40 bilhões, incluindo expansão da infraestrutura logística. Esse é o primeiro passo do licenciamento ambiental do Ibama. A previsão é colocar a mina em produção em 2016.

Até lá, a Vale precisa ainda das licenças de instalação (que a mineradora espera conseguir em até um ano) e a de operação.

Do total a ser aplicado no empreendimento, R$ 16,5 bilhões vão para a mina e a usina de processamento de minério e outros R$ 23,5 bilhões para duplicar a ferrovia de Carajás ao porto de Ponta da Madeira, no Maranhão, para escoar o minério.

Com isso, a capacidade de produção de Carajás passará de 109 milhões de toneladas em 2011 para 230 milhões de toneladas em 2016 --considerando também uma expansão de 40 milhões de toneladas da atual mina, a de Serra Norte.

"Na indústria da mineração, nunca foi feito nada com essa dimensão", disse o presidente da Vale, Murilo Ferreira, que esteve com a presidente Dilma Rousseff para apresentar o projeto.


MAIOR RESERVA

Carajás é a maior reserva de minério de ferro do mundo. Instalada nos anos 1980, a atual mina demorou 22 anos para atingir uma produção de 90 milhões de toneladas.

A Vale leva vantagem ainda por um outro fator - a alta qualidade do minério, superior ao australiano, seu principal concorrente.

De acordo com a Vale, a nova mina terá um teor mais elevado de minério de ferro (67%) e não haverá dificuldades para vender o produto, apesar da crise global e das perspectivas de desaceleração da economia chinesa a longo prazo.

"Não haverá no mundo minério com melhor qualidade e com custo mais baixo e mais competitivo. Não haverá dificuldade para o colocar no mercado", afirmou José Carlos Martins, diretor-executivo da área de ferrosos e estratégia da Vale.

A nova mina vai ser implantada em locais de pastagens degradadas, fora do território da Floresta Nacional de Carajás (onde a mina atual ocupa 3% da área). Para reduzir o impacto ambiental e acelerar a obtenção da licença, a Vale vai usar um sistema de grandes correias e esteiras para transportar o minério de ferro no lugar dos caminhões gigantes utilizados na antiga mina.

Essas e outras medidas vão permitir a redução de 50% das emissões de gases de efeito estufa, com redução de 77% do consumos de combustível e de 93% do de água.

 
 

Fonte: Folha de São Paulo, Pedro Soares, Denise Luna   



























      
  


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