segunda-feira, 18 de junho de 2012

Recuperação de áreas de mineração ainda é desafio



Planejamento tem que ser feito juntamente com início da exploração do espaço, para que seja economicamente viável

Um dos grandes desafios atuais para o desenvolvimento econômico sustentável está no setor da mineração. A convivência dessas áreas com a comunidade onde estão inseridas e a recuperação dos espaços após a suspensão da atividade merecem atenção especial em qualquer debate sobre meio ambiente.

Propostas para a recuperação das áreas e soluções para ocupação sustentável desses terrenos serão apresentadas pelo gerente de Licenciamento da Vale, Júlio César Nery Ferreira, durante palestra no 10º Seminário Meio Ambiente e Cidadania. O evento, promovido pelo Hoje em Dia, acontece nos dias 31 de maio e 1º de junho, em Belo Horizonte.

Em um país como o Brasil, em que a atividade tem uma representatividade significativa na economia, dar nova destinação às minas é um assunto fundamental. São mais de 7 mil mineradoras, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Minas Gerais é o principal produtor de minério do Brasil, com 36,6% da extração, seguido pelo Pará (35,1%), segundo balanço do Ibram, referente a 2011.

Segundo Júlio César Nery Ferreira, é preciso mudar o conceito de que a mineração é uma atividade que se preocupa exclusivamente com o mercado. “É importante entender que a mineração também atua na melhora da qualidade de vida em diversas linhas. Uma delas é a recuperação de regiões de extração que podem ser convertidas em fazendas, parques ecológicos ou até mesmo em condomínios residenciais”, afirma.

No entanto, para que o processo de reabilitação da área explorada seja economicamente viável, Ferreira ressalta que é imprescindível que o planejamento tenha início juntamente com a atividade extrativista.

“Não é possível deixar para iniciar uma obra de restauração de terrenos tão grandes quando a operação de exploração terminar. Isso torna os custos inviáveis para qualquer empresa”, ressalta Ferreira. O correto, segundo ele, é fracionar o terreno e, assim que se conclui a extração de um determinado ponto, imediatamente são iniciadas as obras de revitalização, aproveitando, inclusive, o maquinário instalado. “Dessa maneira, no final da operação, praticamente todo o terreno já estaria em condições de receber outro tipo de ocupação”, aponta o executivo.

Um dos exemplos mais emblemáticos da recuperação de terrenos de escavação, segundo Ferreira, é o Parque das Mangabeiras. “No passado, todo aquele terreno foi explorado pela indústria da mineração e, hoje, é um dos parques ecológicos mais importantes do país. Ainda há erros do passado que precisam ser sanados, mas não há como pensar em mineração sem a reabilitação do terreno”.
Fonte: Hoje em Dia

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