Cerca de 1,5 mil hectares devem ser recuperados.
Projeto apresentado atende exigência de ação civil do Ministério Público.
As Indústrias Nucleares do Brasil (INB) apresentaram nesta quinta-feira (31) um programa de recuperação das áreas onde houve extração de urânio na região de Poços de Caldas (MG) após uma exigência feita pelo Ministério Público à estatal. A área a ser recuperada compreende mais de 1,5 mil hectares e os custos para esta recuperação envolvem recursos de cerca de R$ 500 milhões em trabalhos que se estenderiam por quase duas décadas.
Segundo a INB, o Plano de Recuperação de Áreas Degradas (Prad) foi elaborado por uma empresa do Rio de Janeiro e prevê a recuperação de todo o perímetro utilizado para a extração de urânio no município de Caldas (MG).
A proposta apresentada é o resultado de um estudo de dois anos e aborda aspectos hidrogeológicos, geoquímicos e radiológicos. O estudo levantou dados detalhados sobre a área degradada, mas ainda há várias etapas até a possível execução do projeto.
Para que seja executado, o programa deve recuperar o meio ambiente da área que abriga o antigo complexo, incluindo a cava da mina, as instalações industriais, a barragem de rejeitos e os locais onde se encontram pilhas de rochas das quais o urânio foram retiradas.
Proposta apresentada
Embora o projeto já tenha sido apresentado à população, a INB ainda precisa encaminhá-lo para aprovação de órgãos como a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnem) e Ibama e só depois disso é aberta a licitação para a execução prática.
Segundo engenheiro químico Antônio Henrique Araújo Freitas ainda não é possível precisar o percentual de recuperação da área, já que a exploração de urânio causa grande impacto ambiental. Entre os anos de 1908 e 1990, a empresa produziu um concentrado de urânio, material radioativo. As atividades foram encerradas há mais de 15 anos, mas o parque industrial ainda abriga restos da mineração.
Ministério Público
Para o Ministério Público, ainda existem outras obrigações com a comunidade que a indústria vai ter que cumprir. A ação civil pública já tem 10 volumes e nela o promotor José Eduardo de Souza Lima aponta diversas responsabilidades da empresa. Entre as determinações, a apresentação de um relatório sobre a possível contaminação do meio ambiente. Ainda de acordo com ele, a INB já deveria ter executado esta recuperação.
"Nós temos nessa área uma grande concentração de água ácida que está contaminando o lençol freático além da possível contaminação do ar, do solo, de animais e de plantas", explica Lima.
A ação civil pública ainda está sendo julgada. A INB entrou com um recurso contra as obrigações apontadas pelo Ministério Público.
Fonte: G1
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