Projeto estende vida útil de Fortaleza de Minas até 2018
Já aprovada, verba de R$ 50,5 milhões será utilizada para viabilizar a expansão da lavra no subsolo
De autoria de Celso Lima e Thiago Nantes, o “Projeto de Continuidade da Mina de Fortaleza de Minas (MG)” da Votorantim Metais Zinco foi agraciado na categoria Gestão do 14º Prêmio de Excelência da Indústria Minero-metalúrgica Brasileira. O projeto teve como objetivo viabilizar técnica e operacionalmente uma alternativa para a exploração dos recursos minerais remanescentes e assim prolongar a vida útil da mina subterrânea, sendo suportado na utilização do método Uphole que possibilita maior controle da diluição do minério, transformando os recursos minerais de baixos teores em reserva mineral com valor econômico.
Em 2009, a previsão de vida útil para mina era de 24 meses, porém resultados de sondagens exploratórias realizadas no início daquele ano demonstraram continuidade dos corpos em profundidade (abaixo do nível 300 m) e lateralmente. Isso motivou um estudo de viabilidade técnica e econômica para o aproveitamento deste potencial recurso mineral.
É fato comprovado no decorrer da operação da mina e nos estudos geológicos que o potencial destes corpos identificados deve ser reduzido, devendo provocar, com o modelo de lavra aplicado desde a abertura da mina, uma maior diluição do minério com as encaixantes, representadas basicamente por serpentinitos, BIF e talco.
Uma análise preliminar destas áreas demonstrou que a manutenção do atual método de lavra e layout de mina, Avoca com seções de Reef Drive de 4 x 4,5m, inviabiliza a continuidade da lavra, uma vez que a diluição seria muito elevada, impactando na queda do teor, aumentando os contaminantes e os custos de suporte, transporte e processo.
Sendo assim, a metodologia aplicada na avaliação deste projeto é conhecida como NSR (Net Smelter Return), que, partindo-se do modelo de recurso, é atribuído o valor de cada bloco em função de seu resultado econômico. Neste sentido, com a fixação dos custos operacionais, é possível definir a viabilidade econômica para cada um deles.
Opção identificada
Observando-se a evolução da curva de diluição, os resultados operacionais e levando-se em consideração a redução na espessura e teor dos corpos mineralizados a serem lavrados, planejava-se uma lavra com altíssima diluição, o que inviabilizava a lavra destas áreas se praticadas com as técnicas daquela época. Portanto, existia a necessidade de uma mudança no método de lavra, considerando principalmente as seguintes opções tecnológicas:
- Substituição do atual método de lavra sublevel stope, por um método de corte e enchimento, que permita aumentar recuperação do minério, proporcionando uma maior estabilidade estrutural da mina exercida pelo preenchimento das aberturas subterrâneas uma vez que este preenchimento confina o maciço rochoso e reduz e/ou elimina a necessidade de pilares estruturais de estabilidade;
- Avanço vertical com uma taxa inferior ao método atual, que proporciona menor diluição e consequente melhoria da qualidade do minério produzido.
A alternativa identificada que apresentou a melhor expectativa para transformar os recursos minerais hospedados em veios estreitos e de baixo teor foi uma variante do método de lavra cut and fill, com ciclo operacional mais robusto que o método sub Level.
Para a implantação do projeto as mudanças mais significativas serão aplicadas na mina. As demais áreas da unidade (administração, beneficiamento, fundição, etc.) não serão afetadas, a não ser por pequenas intervenções mecânicas para recuperações a serem realizadas na usina de beneficiamento e depósito de rejeito devido ao estágio atual de conservação em que se encontra e capacidade nominal.
A proposta de mudança do método de lavra trouxe à mina grande aproveitamento do recurso existente. Assim, a mina que tinha previsto seu fechamento para início de 2011, agora tem reserva de minério comprovada até meados de 2018.
Iniciado em outubro de 2009 e aprovado em julho de 2011 com verba de R$ 50,5 milhões, o trabalho fará com que a empresa mantenha fortes investimentos em sondagens exploratórias a fim de ampliar ainda mais a vida operacional da mina.
A operação passará a contar com uma frota de equipamento totalmente renovada, além da introdução de novos equipamentos que trarão melhorias à operação. A usina de beneficiamento já está em fase de reestruturação física e investimentos maciços em estudos de processo proporcionarão melhorias nos resultados da planta. Assim a unidade continuará a contar com o concentrado de níquel próprio que possui custo e qualidade bastante competitivos.
Outro grande beneficiado será o município de Fortaleza de Minas que, além da manutenção dos 350 postos de trabalho diretos entre funcionários próprios e terceiros (47% do quadro geral da unidade), abrirá dezenas de outras oportunidades de empregos indiretos durante a fase de implantação, gerando mais renda à comunidade.
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