USP tem projeto de apoio ao minerador
A Universidade de São Paulo (USP) promete investir R$ 600 mil nos próximos três anos para promover o desenvolvimento de técnicas "limpas" para a extração de minérios com a criação do Núcleo de Apoio à Pequena Mineração Responsável.
Até a publicação do edital, que deverá ocorrer no início de agosto, pesquisadores do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo, da Escola Politécnica da USP, vão selecionar pequenos garimpos de ouro e cassiterita em Estados mineradores do País, como Amazonas, Amapá, Rondônia e Pará. Entre os projetos em estudo está uma parceria com a Cooperativa dos Garimpeiros do Rio Madeira.
O professor Giorgio de Tomi, que deverá ser um dos responsáveis pelo núcleo, explica que a intenção é atuar nos demais bens minerais. "A abrangência dessa iniciativa é ampla e cobre todos os bens minerais que são alvo de operações artesanais", afirma. "Trata-se de um grande desafio, mas a mineração e a sociedade em geral não têm alternativas. Temos de identificar soluções práticas que possam ser adotadas pelos garimpeiros e pelos trabalhadores artesanais."
Segundo Tomi, a iniciativa é um projeto de longo prazo, que pretende atrair recursos externos muito mais significativos, vindos de agências de fomento, organizações ambientais e iniciativa privada. "Existe tecnologia mercury free que é acessível e simples de usar, mas precisamos de um esforço da sociedade em geral para implantá-la de forma eficiente e eficaz", afirma.
Para ele, uma medida paliativa menos prejudicial é substituir o mercúrio pelo cianeto. "Essa substância pode ser neutralizada em um processo simples e barato. É muito mais simples e menos arriscado que usar maçaricos e cadinhos (com mercúrio), basta ensinar e apoiar os garimpeiros para tanto",afirma o professor. O núcleo deve ser implantado no segundo semestre deste ano.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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