quinta-feira, 17 de maio de 2012

Mina de Itataia - CE fica para 2015, admite INB
Licença ambiental e obra da adutora, sem previsão, atrasam produção de urânio e fosfato em Itataia



Considerado o maior projeto das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), as minas de urânio e fosfato de Itataia, no município sertanejo de Santa Quitéria, ainda esperam o licenciamento ambiental e a liberação de recursos para construção de uma adutora. A expectativa da INB é de um atraso de, no mínimo, um ano e meio no cronograma. Segundo o presidente da instituição, Alfredo Tranjan Filho, o início da operação, prevista inicialmente para fim de 2013, ficou para julho de 2015. Ele apresentou o projeto ontem durante o 7º Fórum CIC de Debates, uma iniciativa é do Centro Industrial do Ceará (CIC), em parceria com a Fundação Ulysses Guimarães, e o apoio do Diário do Nordeste.

O atraso, explicou Tranjan, ocorre por conta do licenciamento ambiental, que está sendo refeito. O consórcio Santa Quitéria, formado pela INB e Galvani, recomeçou o processo em 2009, após questionamentos do Ibama e do Ministério Público Federal (MPF). As empresas desistiram de tentar reverter a decisão judicial, que suspende a licença antes expedida pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). Agora, o licenciamento das usinas será de responsabilidade apenas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que exige novos Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima). Antes, cabia ao Ibama o licenciamento da usina de urânio. E à Semace, a licença da exploração de fosfato.

EIA/Rima em fevereiro

Segundo Tranjan, o EIA/Rima será entregue em fevereiro do próximo ano. "O cronograma segue em comum acordo entre INB e Conselho Nacional de Energia Nuclear (Cnem) no intuito de reduzir o tempo para licenciamento", disse. "A melhor expectativa é que a operação da mina comece em julho de 2015, o que prevê tempo para estudos e análises do licenciador, respostas das empresas ao questionamento". Mas a realização de audiências públicas podem atrasar o cronograma.
Os recursos para a adutora serão liberados somente com o licenciamento ambiental.

Estrutura

Com investimento de R$ 700 milhões, oriundos da Galvani, que vai extrair o fosfato para produção de fertilizantes, a receita líquida da produção será entre US$ 300 milhões e US$ 500 milhões por ano. A produção começa em 1.100 toneladas por ano de urânio até 2020. Depois, cresce para 1.500 t/ano. No caso do fosfato, a produção inicial será de 240 mil toneladas por ano até 2020, quando subirá para 280 mil toneladas/ano. Ao apresentar estes números, Tranjan garantiu: "Este é o projeto mais importante da INB".

A mina de Itataia, localizada a 252 quilômetros de Fortaleza, é a maior do Brasil. Através do fosfato, a mina vai impulsionar a produção de fertilizantes agrícolas e nutrição animal.

A única usina de urânio em operação hoje no Brasil situa-se em Caetité, na Bahia, e produz 400 toneladas por ano. A expectativa é que está usina dobre sua produção em 2015. Juntas, Caetité e Itataia, irão abastecer as usinas nucleares no Brasil, sendo que duas estão funcionando (Angra I e II), uma está em construção (Angra III), outras quatro serão anunciadas.
Fonte: Carol castro reportagem 

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