CNPq e mineradora vão conceder 2,5 mil bolsas de estudo para estimular a formação de engenheiros
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a mineradora Vale lançaram edital no âmbito do programa Forma-Engenharia com a oferta de 2,5 mil bolsas para pesquisadores, estudantes de graduação, ensino médio e técnico visando a estimular a formação de engenheiros. O prazo de submissão de proposta vai até 17 de julho.
A iniciativa é inédita no setor privado do País. No total, serão investidos R$ 24 milhões, dos quais R$ 12 milhões aportados pela Vale e R$ 12 milhões, pelo próprio CNPq. Serão focadas diversas áreas de engenharias, entre as quais as de minas, elétrica, metalúrgica e mecânica, preferencialmente em instituições das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
O Forma-Engenharia nasceu da preocupação de o Brasil sofrer a partir de 2020 um "apagão de engenheiros" caso a economia do País mantenha o atual ritmo de crescimento, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, "a parceria, além do estímulo à formação de pessoas nas áreas de fronteira para o desenvolvimento do País, é um exemplo emblemático para outras empresas de que a inovação é a principal estratégia de competitividade no mundo moderno".
"Essa iniciativa, pioneira, visa a garantir a nossa atuação no longo prazo. É também uma ação conjunta com nosso departamento de Recursos Humanos e que de forma mais ampla contribui também para o Brasil. Parafraseando nosso slogan recente, não há futuro sem mineração, e não há mineração sem planejarmos os engenheiros para o nosso futuro", afirma Luiz Mello, diretor-presidente do Instituto Tecnológico Vale (ITV), que representa a Vale no convênio.
Indicadores
Dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) mostram que, entre os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o que menos forma engenheiros por ano. São cerca de 30 mil - em torno de 40 mil, se incluídos tecnólogos e habilitações em construção civil, produção e meio ambiente. Na Índia, são pelo menos 220 mil; na Rússia, 190 mil; e na China, 650 mil.
Outro importante indicador é a porcentagem de engenheiros graduados em relação ao total de concluintes na educação superior. Este indicador reflete a vocação e a atratividade da carreira e o incentivo que os países dão para a inovação tecnológica. Segundo a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2007 a média dos países do grupo era de 14%, sendo de 19% no Japão; 25% na Coreia do Sul; e 18% na Rússia. No Brasil, apenas cerca de 4% dos concluintes estão nas áreas de Engenharia.
Fonte: Portal do Governo Brasileiro
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