Centenas de mineiros sul-africanos em greve protestaram ontem contra a decisão da multinacional Anglo American Platinum de demitir 12 mil funcionários que fizeram manifestações violentas para exigir melhores condições de trabalho.
A empresa decidiu dispensar quase metade dos seus 28 mil funcionários após quatro dias de protestos na região de Rustenburg, em que os mineiros bloquearam uma estrada. A polícia acompanhou o acto à distância.
A Anglo American disse que a greve causou uma perda de 39 mil onças ou 82 milhões de dólares em metal extraído. Devido à demissão, o rand acumulou um novo nível mínimo em relação ao dólar, com queda de quatro por cento.
Além da empresa, a Atlatsa Resources também demitiu ontem alguns dos 2.500 trabalhadores grevistas. Os mineiros pedem equiparação das condições aos dos colegas da mina de Marikana, onde 46 pessoas morreram em protestos desde Agosto.
Devido ao acto, a Lonmin, proprietária da mina, concedeu na semana passada um aumento de 22 por cento aos funcionários, que com isso terminaram a greve.
As manifestações violentas acontecem desde quarta-feira na zona das jazidas de platina. Na sexta-feira, um homem foi encontrado morto entre os manifestantes.
Os mineiros acusaram agentes da polícia pela morte, mas estes dizem que usaram apenas jatos de água e balas de borracha, o que não causaria ferimentos graves aos manifestantes.
O protesto acontece um dia após mais de cem mineiros criarem barricadas e queimarem pneus numa estrada da região, que liga à mina de Marikana, a 100 quilômetros de Joanesburgo.
A polícia utilizou gás lacrimogéneo e jatos de água para dispersar os manifestantes, e pediu reforços em resposta ao lançamento de pedras da cidade vizinha de Inkaneng. Os protestos no sector mineiro causaram a queda da cotação do rand, que chegou ao nível mínimo em três anos em relação ao dólar. A extração de platina representa nove por cento do PIB sul-africano.
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