O Norte de Minas Gerais e o Alto Paranaíba ganharam um programa especial de mapeamento geológico bancado pelo governo estadual em convênio com a UFMG e o Serviço Geológico do Brasil/CPRM, para estudar o potencial de ocorrências minerais das duas regiões consideradas as novas fronteiras da indústria da mineração no estado. O levantamento de dados, que começa no primeiro trimestre de 2013, tem como objetivo identificar reservas de gás natural, zinco, ouro e chumbo na Bacia do São Francisco. Servirá, ainda, como ferramenta auxiliar para as empresas que já estão investindo na busca de gás na porção mineira do Velho Chico. Entre elas estão os grupos Cebasf, Petra Energia e Shell.
Responsável pelo programa, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) definiu um orçamento de R$ 2,6 milhões para os trabalhos nas duas áreas, que se estenderão sobre 67 municípios ao todo, informou o diretor de Mineração e Novos Negócios da empresa, Marcelo Nassif. Outro avanço no conhecimento da riqueza do subsolo está no nível de detalhe dos mapas a ser gerados, na escala técnica de 1 para 100 mil, ou seja, cada centímetro do mapa corresponderá a 1 mil metros de área estudada. “É a melhor escala como ferramenta para conhecermos os depósitos minerais e estimularmos os investidores”, afirma Nassif.
A Codemig acertou toda a rota dos trabalhos com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para dar início em fevereiro do ano que vem aos trabalhos no Alto Paranaíba. A região tem depósitos conhecidos de rochas fosfáticas, zinco e ouro.
TERRAS RARAS
Um novo negócio anunciado recentemente em Araxá é a exploração dos metais de terras-raras, que receberá investimentos da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e da canadense MBac. Esse grupo de elementos consiste em insumos essenciais na produção de itens de alto conteúdo tecnológico como os iPhones e lasers. O mapeamento consumirá R$ 1,35 milhão, com cobertura sobre 32 municípios.
No Norte mineiro, onde foram descobertas grandes jazidas de minério de ferro, os técnicos deverão contar com a parceria de outra instituição de ensino e pesquisa além da UFMG, conta o diretor de Mineração da Codemig. O projeto está sendo definido pelos parceiros, ao custo de R$ 1,250 milhão e alcançando 35 cidades. Recursos estimados em R$ 8,6 bilhões foram anunciados para a região pelas empresas Sul-Americana de Metais, do Grupo Votorantim, associada à chinesa Honbridge Holdings, ENCR/Bahia Mineração e Vale, para extração de minério de ferro, e pela Mineração Riacho dos Machados, do grupo Carpathian Gold, para produção de ouro.
Cerca de metade do território do estado está mapeada na escala de detalhe que será obtida com os projetos de mapeamento no Norte de Minas e no Alto Paranaíba. “Os depósitos minerais já conhecidos nessas regiões mostram a diversidade geológica do estado e nada impede que nós tenhamos boas surpresas”, disse Marcelo Nassif. À frente de outros estados, a Codemig concluiu no mês passado 95% de cobertura em Minas por meio de levantamento aerogeofísico, somando 181 mil quilômetros cobertos. Os trabalhos vinham sendo feitos desde 2001 para mostrar as anomalias que podem indicar depósitos minerais captadas por aviões contendo sensores localizados nas pontas das asas.
Os técnicos da Codemig preparam a última etapa do levantamento aerogeofísico, orçada em R$ 14,1 milhões, de um bolo de recursos de R$ 40 milhões. Empresa especializada na prestação do serviço deverá ser contratada em fevereiro de 2013 para investigar a região do Triângulo, a última a entrar no programa, em razão de um potencial mineralógico mais modesto. Com o mesmo objetivo de munir o investidor de informações mais completas e organizadas, a empresa lança no início do ano que vem um portal virtual da geologia no estado para facilitar o acesso e a busca de informações geofísicas e geoquímicas disponíveis no banco estadual de dados georreferenciados.
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