Por André Winter
Falando em responsabilidade socioambiental ou sustentabilidade pouca referência faz-se aos funcionários, apenas questões de saúde, segurança ocupacional e diretos trabalhistas. O que essa visão limitada da relação empresa-colaboradores ignora é a grande capacidade que os funcionários têm em contribuir para a geração de valor e para a possibilidade da empresa atrair e reter os melhores talentos por meio de uma cultura mais responsável.
Um estudo recente da Ernst & Young identifica que os funcionários são o segundo principal grupo de stakeholders interessados na sustentabilidade nas empresas, atrás apenas dos clientes e bem à frente dos acionistas, governos e ONGs. O mesmo estudo aponta que os funcionários são os mais prováveis apoiadores da política interna de sustentabilidade, por divulgarem as ações responsáveis da empresa onde trabalham para seus círculos de convivência. Com isso, os colaboradores internos se tornaram também um dos mais importantes públicos dos relatórios de sustentabilidade elaborados pelas companhias. Além disso, colaboradores das mais diversas áreas possuem um grande potencial criativo para solucionar os desafios corporativos das mineradoras. Em experiências passadas com empresas de mineração, os funcionários se mostraram extremamente interessados em contribuir com uma visão perspicaz dos desafios, uma vez que eles os vivenciam diariamente. Em geral, falta-lhes a oportunidade de expressar suas idéias e opiniões. Ouvi-los de maneira estruturada pode ser a solução para os principais entraves de um projeto como energia, água, fornecimento de insumos e mão de obra.
Concluindo, as empresas que comunicam bem suas estratégias de sustentabilidade e se apresentam como mais responsáveis,têm maior probabilidade de atrair e reter talentos,e de aumentar a produtividade. Na atual escassez de talentos no Brasil, esse pode ser um fator essencial e um excelente argumento para as mineradoras melhorarem sua reputação através de ações responsáveis com a sociedade e o meio ambiente. André Winter é consultor em sustentabilidade, com mestrado em BTH, Suécia. Já atuou em projetos de mineração estabelecendo indicadores de sustentabilidade e planos estratégicos além de atuar na elaboração de relatórios GRI para o setor.
Fonte: engenhariademinasnews
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