Mineiros da Zâmbia matam chefe chinês em conflito salarial
Trabalhadores queriam que a empresa pagassem pelo menos o salário mínimo estipulado pelo governo
Mineiros da Zâmbia mataram um supervisor chinês e feriram gravemente outro superior no último sábado (04/08) em uma disputa por aumento salarial em uma mina de carvão na cidade de Sinazongwe, afirmou o ministro do Trabalho zambiano Fackson Shamenda no domingo (05/08).
Empresas chinesas investiram mais de um bilhão de dólares na indústria do cobre da Zâmbia, mas a animosidade em relação a elas está crescendo entre os trabalhadores locais, que acusam as companhias de abusos e de pagarem baixos salários.
Os trabalhadores da mina de carvão de Sinazongwe, que fica a 325 quilômetros da capital, Lusaka, atacaram os chefes chineses durante protesto por aumentos salariais compatíveis aos estipulados pelo governo no último mês.
Em julho, o governo da Zâmbia aumentou o salário mínimo de alguma profissões, sendo que o menor era de 522 kwachas (aproximadamente 221 reais) para empregados domésticos. “Nós ainda não precisamos as circunstâncias exatas, mas o relatório que eu tenho é que um chinês foi morto e outro ferido quando os trabalhadores pediam um novo salário mínimo”, disse Shamenda.
Dois anos atrás, a polícia da Zâmbia indiciou dois supervisores chineses da mesma mina por tentativa de assassinato após um tiroteio envolvendo 13 mineiros em outra disputa salarial.
A China vem investindo pesadamente na África atrás de bens como petróleo e outras matérias-primas, como cobre e urânio. Entretanto, muitas empresas chinesas são acusadas de abusarem da carga horária e de pagarem baixos salários.
No último mês, o presidente chinês Hu Jintao ofereceu uma linha de crédito de 20 bilhões de dólares aos países africanos para os próximos três anos, o dobro do oferecido em 2009.
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