sábado, 11 de agosto de 2012

Frota de caminhões dá lugar a 37 km de correias
Solução vai reduzir em 77% o consumo de diesel e as emissões vão cair de 146,3 mil para 33,7 mil t por ano de CO2, com amplo uso de energia elétrica


Um dos diferenciais projeto S11D é a substituição de caminhões fora-de-estrada, comuns na mineração, por uma estrutura composta de escavadeiras e britadores móveis. Com isso, o minério será transportado por correias de borracha móveis que percorrerão até 9 km de extensão entre o local da extração e a usina de beneficiamento do produto. Com a solução inovadora, a mineradora reduzirá o impacto ambiental da extração de minério de ferro.

Em uma mineração convencional, seriam usados 100 caminhões fora-de-estrada nesta operação. Com a solução, a Vale vai reduzir em 77% o consumo de diesel e as emissões vão cair de 146,3 mil para 33,7 mil t por ano de CO2 – um percentual também de 77%. O corte equivale à emissão de 75 mil carros populares pequenos.

No total, serão instalados 37 km de correias transportadoras distribuídas dentro da mina, incluindo ramais que vão se conectar ao tronco principal até a usina de beneficiamento. O ponto máximo de coleta do minério poderá chegar a 15 Km. O sistema inclui escavadeiras que coletam o material na mina e o depositam em britadores móveis que alimentam as correias. Entre o platô, onde está o minério e a área onde será instalada a usina de beneficiamento, há um desnível de 450 m. Essa é outra vantagem do sistema, já que a correia consegue vencer essa rampa de forma mais fácil do que o caminhão, que teria de serpentear até chegar ao destino, o que aumentaria a área florestal afetada.

Além disso, o uso de correias transportadoras permitirá que a usina de beneficiamento seja construída em uma área de pastagem, fora da área de floresta onde está localizada a mina, reduzindo o impacto com o desmatamento. A usina de beneficiamento do minério de S11D usará também uma rota de processamento desenvolvida pela Vale e que permite reduzir em 93% o consumo de água, o equivalente ao abastecimento de uma cidade de 400 mil habitantes. O beneficiamento à umidade natural, já utilizado nas minas N4 e N5 de Carajás, vai reduzir o consumo de água para 110 mil m3/mês contra quase 1,7 milhão m3/mês em uma planta a úmido.

Energia elétrica e biodiesel B20

Os principais equipamentos de S11D serão movidos a energia elétrica. Só tratores de esteiras, motoniveladoras e outras máquinas auxiliares vão continuar consumindo diesel. A Mineradora pretende usar biodiesel B20 nestes equipamentos, reduzindo ainda mais as emissões de gases do efeito estufa e antecipando-se à legislação que prevê o uso do combustível somente a partir de 2020.

Outra inovação do projeto é a utilização de equipamentos fabricados e instalados em módulos, conceito já usado na indústria de petróleo na construção de plataformas marítimas. A modularização vai reduzir o impacto social na região, porque vai evitar a concentração de um grande número de trabalhadores durante a fase de implantação do S11D. “Nosso projeto está indo muito bem. Cerca de 80% da engenharia já está pronta, 30% da parte de suprimento evoluída e os principais fornecedores já foram definidos. Toda modularização da usina já está em andamento em local do nosso acampamento do sudeste do Pará, onde já temos a licença operacional emitida. Esses módulos serão transportados por uma estrada, de cerca de 42 km, até o local de instalação da usina. São módulos extremamente pesados, tendo até um de 1.200 t. Essa é uma tecnologia nova no Brasil. Tudo isso para preservar o meio ambiente”, explicou Galib Chaim, diretor-executivo de Implantação de Projetos de capital.

Até junho de 2012, a empresa atingiu 30% de avanço físico no empreendimento, com investimento realizado de US$ 1,2 bilhão na construção de infraestrutura básica, como estradas de acesso e instalações para os empregados, compras de equipamentos e estruturas metálicas. A partir da emissão da Licença de Instalação (LI), o empreendimento prevê um prazo de três anos para a sua implantação, durante a qual, no pico de obras, serão contratados 30 mil trabalhadores, nos Estados do Pará e Maranhão - esse número congrega todos os trabalhadores necessários desde a implantação da usina, passando pela expansão da ferrovia e do Terminal Portuário de Ponta da Madeira. A previsão é de que S11D entre em operação em 2016, o que resultará na criação de mais 2.600 postos permanentes de trabalho na região.

Fonte: Padrão

Nenhum comentário:

Postar um comentário