sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Quartzo pode solucionar mistérios sobre deformações continentais




A teoria unificadora das placas tectônicas revolucionou a compreensão de como os continentes se dividiram, se moveram e combinaram. No entanto, alguns enigmas se mantiveram, como de que forma, precisamente, os continentes formam repetidas cadeias de montanhas e zonas de falha nos mesmos locais, mas não em outros.


Agora, cientistas afirmam que o quartzo pode ajudar a resolver o mistério do por que os continentes se deformam várias vezes em algumas áreas.

Áreas carregadas com o mineral (o mais fraco em rochas continentais, e o segundo mais comum) aparentemente constituem “zonas de fraqueza” na crosta da Terra. Tal descoberta pode ainda ajudar os cientistas a entenderem sobre o funcionamento interno de terremotos.

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores analisaram as propriedades de rochas em todo o oeste dos Estados Unidos com a ajuda de instrumentos de estações sísmicas. Eles estimaram a espessura da crosta continental no oeste americano, e revelaram a rapidez com que as ondas sonoras e as ondas de cisalhamento viajam através da crosta, oferecendo pistas para a sua temperatura e composição.

Os pesquisadores então combinaram essas descobertas com outros conjuntos de dados geofísicos para, pela primeira vez, separar os efeitos distintos que a temperatura, a água e o quartzo tinham na crosta.

As altas temperaturas, a água abundante e o quartzo são fatores cruciais para fazer com que as rochas fluam com mais facilidade. Essa é a primeira vez que cientistas conseguem medir esses fatores e responder a perguntas de longa data.

Eles descobriram que locais ricos em quartzo na crosta inferior encaixavam bem com as zonas de deformação continental recentes, atuando como uma “geléia” em um sanduíche composto de crosta e manto superior.

Os pesquisadores sugerem que, uma vez que o fluxo de rocha se inicia nessas áreas, traz com ele o calor, o que obriga as outras rochas ao redor a liberar água, que na verdade deveria se ligar quimicamente a cristais. Este calor e água adicionais provocam enfraquecimento e deformação da crosta.

Esses novos dados sobre os processos de deformação podem ser fundamentais para a compreensão da evolução dos continentes. Também, se os pesquisadores confirmarem que suas análises de imagens realmente são variações nos níveis de quartzo, o método poderia ajudar a entender a atividade continental de todos os tipos, incluindo as aparentemente “sem explicação”.

Por exemplo, enquanto os cientistas têm uma forte compreensão de como funcionam os terremotos em locais de falha onde as placas tectônicas se encontram e colidem, terremotos no meio dos continentes ainda são obscuros, como os da zona de New Madrid nos EUA (Illinois, Indiana , Missouri, Tennessee, Arkansas, Mississipi e Kentucky).

Se forem observadas anomalias nas composições das rochas abaixo dessa região, isso poderia explicar por que essa área é ativa, mesmo não havendo nenhuma evidência óbvia de falhas.
 Fonte: LiveScience

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