Dimensionar as implicações sociais e econômicas no âmbito de um
desenvolvimento que almeja a sustentabilidade será um desafio extra.
As
mudanças climáticas e a eficiência energética serão alguns dos focos
centrais, determinantes para atingir o objetivo ainda conceitual da ONU.
Uma avaliação que será apresentada em workshop exclusivo sobre o tema,
em 18 de junho, certamente causará surpresa na conferência: qualquer que
seja o caminho a ser seguido, a mineração e os bens minerais terão
papel estratégico na transição para a "economia verde".
Existe uma
interdependência entre as atividades de mineração e as de geração,
armazenamento e transmissão de qualquer tipo de energia. Muitas das
soluções para ampliar a eficiência nessa área passam obrigatoriamente
pela maior disponibilidade de minerais. As mais conhecidas fontes de
energia alternativa, como as placas solares e as células fotovoltaicas,
também dependem de minérios.
São produzidas com silício. Outros exemplos
são as turbinas eólicas e as baterias de carros híbridos que demandam
diversos minerais. Muitos deles de difícil obtenção, como é o caso das
chamadas "terras-raras" -grupo de 17 minerais raros que têm despertado
tanta polêmica devido ao domínio chinês sobre sua produção. Outro ponto a
ser apresentado na Rio+20 é que para suprir a demanda de energia cada
vez maior será preciso rever as alternativas nucleares.
O uso de
minerais como o tório (Th) aponta para a possibilidade de usinas
nucleares com emissões e resíduos nulos e elevada segurança. Ao mesmo
tempo em que a mineração será capaz de contribuir decisivamente para
viabilizar a eficiência energética com base em matrizes "limpas", a
atividade poderá se beneficiar do seu próprio curso.
Afinal, muitos de
seus processos produtivos são eletrointensivos. Entre os ecos produzidos
pela organização da Rio+20, chilenos e brasileiros programam seminário
internacional em setembro, na Bahia, que vai ampliar o debate e propor
ações que permitam à mineração exercer seu papel fundamental na solução
que viabilizará a "economia verde". RINALDO CÉSAR MANCIN é diretor de
assuntos ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Fonte : Ibram . Texto Publicado no Jornal Folha de São Paulo
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