quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Mineração de carvão na China é a que mais mata no mundo 


Acidentes continuam acontecendo, apesar de medidas de segurança

Uma série de acidentes colocou em evidência os problemas do setor de mineração de carvão na China, país onde mais morrem pessoas na atividade. Isto, apesar de uma melhora de padrões de segurança em anos recentes.

Cerca de 76 pessoas foram mortas em três acidentes desde 13 de agosto, de acordo com a agência estatal de segurança do trabalho. Num dos piores acidentes de anos recentes, 45 pessoas morreram em uma explosão em uma mina na cidade de Panzhihua, na província de Sichuan, enquanto outras 14 morreram em uma explosão no domingo na província de Jiangxi.

A China é a maior consumidora e mineradora de carvão, e é onde mais pessoas morrem na extração. Isto reflete em parte a dificuldade de regulamentar 12 mil minas, e o fato de que os veios de carvão são muito profundos.

A maior consciência social sobre a segurança no local de trabalho e sobre o ambiente representa mais um desafio político para o Partido Comunista, que cada vez mais sofre pressões públicas por maior crescimento econômico. Na semana passada, a agência de notícias estatal Xinhua disse que 75.512 pessoas perderam suas vidas como resultado de acidentes do trabalho até o momento em 2012.

Analistas afirmam que a indústria do carvão está melhorando. Na região de Shanxi, as mortes em minas chegaram a 2.000 em 2011. Foram 3.876 em 2007, e quase 7.000 em 2002.

Os últimos acidentes ocorreram quase todos em minas relativamente pequenas, operadas por proprietários que prosperam ao satisfazer o gigantesco apetite chinês pelo combustível de usinas de energia e siderúrgicas, mas que individualmente são os maiores desafios para que Beijing coloque em prática regras de segurança. Analistas dizem que estas operações muitas vezes recrutam mão-de-obra não treinada e pagam com base em tonelagem, uma receita para desastres.

De acordo com a Associação Mundial de Carvão, a produção chinesa de 3.47 bilhões de toneladas métricas no ano passado representou 45% do total global, e quase 3.5 vezes mais que o resultado do segundo maior produtor, os Estados Unidos, informa o Wall Street Journal.

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