Rondônia explora menos de 10% das reservas de ouro do Estado
A Amazônia tem contribuído significativamente na atividade de
extração e transformação mineral realizada em todo território
brasileiro. E é com os olhos voltados a dar maior visibilidade à
produção do extrativismo mineral familiar na Região Norte e debater as
políticas públicas para o setor que Porto Velho vai sediar o 1°
Congresso Internacional de Mineração e Garimpagem Sustentável na
Amazônia (CIMIGS). O evendo de 7 a9 de Setembro, no auditório do
ILES/ULBRA na capital rondoniense.
Os minérios mais extraídos na Amazônia são, em primeiro lugar, o
ferro. O metal chegou a corresponder, em 2008, a 35,2% da produção
nacional. Em segundo lugar vem à alumina (bauxita), com 17,6 % do total.
O alumínio aparece em terceiro, com 15,1%, e o cobre fica na quarta
posição, com 11,3%. Ainda em 2008, a extração do nióbio colocou o país
em primeiro lugar no ranking internacional, em segundo com a extração de
ferro, manganês e alumínio (bauxita), e em quinto com o caulim e o
estanho.
Garimpo em Rondônia
Nas décadas de 60 a 80, o Estado viveu um auge de grande
desenvolvimento econômico no setor. Com a abertura da BR-364, a região
ficou relativamente bem, quanto ao aspecto financeiro, mas sofria com a
atividade explorada de forma clandestina e manual. Em 1970, o Governo
Federal proibiu a lavra manual na província estanífera de Rondônia, de
acordo com a Portaria nº. 195, determinando que a exploração das jazidas
fosse mecanizada, por meio de empresas.
A primeira mina de cassiterita descoberta em Rondônia se localizava
no rio Machadinho, no ano de 1955. Em 1973, no auge da extração do
minério, chegou-se a tirar até 7,3 mil toneladas. Neste período, a
produção de Rondônia correspondeu a 80% do produzido no país.
De lá para cá, pouca coisa mudou. O modelo atual de exploração
mineral ainda é artesanal e familiar. Com o apoio das cooperativas, os
profissionais extraem apenas uma pequena parcela do potencial existente
no Estado, o que representa resultados inferiores a 10%, apesar de
estudos técnicos ligados ao setor comprovarem que há forte concentração
de ouro na região.
Atualmente a cooperativa dos Garimpeiros, Mineração e Agroflorestal
(Minacoop), cooperativa de Garimpeiros do Rio Madeira (Coogarima) e a
cooperativa de Garimpeiros do Amazonas (Cogam), contam com 1.498
profissionais atuantes. Esses números representam famílias que fazem
circular mensalmente em Porto Velho cerca de R$ 13 milhões. A atividade
gera uma renda média de mais de R$ 8 mil por família.
Preocupação com o Meio ambiente
As cooperativas encaram como desafio principal a desconstrução do
atual modelo imposto pelo capital, com subordinação do Estado, e a
construção de outra possibilidade de aproveitamento de forma racional
dos recursos minerais na Amazônia. A maior preocupação é com a
degradação do meio ambiente. A forma como a prática é feita tem gerado
grandes prejuízos como crateras, matas devastadas, águas poluídas e
outras sequelas, provavelmente irreversíveis.
Por: Suelen VianaFonte: Portal Amazonia
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