Seis cientistas e um ex-oficial do governo italiano deverão cumprir pena de seis anos de prisão pelas mortes provocadas durante o terremoto de 2009, na Itália.
Prefeitura de LAquila depois do terremoto de 2009
Em abril de 2009, um terremoto da magnitude de 6,3 assolou a região central da Itália, tendo a cidade de L’Aquila como epicentro do desastre natural. O sismo matou 308 pessoas e feriu cerca de 11,5 mil. Além disso, milhares de construções da vila medieval abrigada pela cidade foram destruídas e cerca de 65 mil pessoas ficaram desabrigadas, provocando um prejuízo de US$ 16 bilhões (cerca de R$ 32,4 bilhões).
Agora, a justiça italiana declarou como culpados pelo desastre os seis cientistas e um ex-oficial do governo italiano que estavam encarregados de identificar possíveis ameaças de terremoto. De acordo com a defesa dos pesquisadores, não há maneira de se prever grandes terremotos — isso, inclusive, está escrito em artigo do Tecmundo sobre a previsão de desastres naturais —, mas a acusação acredita que diversos tremores pequenos registrados antes do grande sismo podem ter sido um indicativo de que algo ia mal.
Terremoto causou prejuízo de R$ 32,4 bilhões de reais
O juiz Marco Billi levou mais de quatro horas para declarar o veredito e declarar a equipe de profissionais como culpada pelo crime de homicídio involuntário. Os advogados prometeram recorrer contra a sentença.
Apoio internacional aos acusados
A comunidade científica também se pronunciou sobre o julgamento, classificando-o como grave e alegando que a sentença pode abrir precedentes para casos similares no futuro, impedindo que cientistas compartilhem seus conhecimentos com o público com medo de serem processados.
Mais de cinco mil cientistas assinaram uma carta aberta (PDF em inglês) ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano, em defesa do grupo de especialistas, afirmando, inclusive, que os profissionais acusados de homicídio involuntário pela côrte italiana fazem parte do grupo de sismólogos e geólogos mais proeminentes e respeitados do mundo.
Fonte: BBC
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