segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Paranapanema retoma produção da Bahia após investir R$ 300 milhões




"Com esse investimento, acreditamos no ganho de marketshare", diz Monteiro, vice-presidente da Paranapanema


Na tentativa de se reposicionar no mercado interno, a transformadora de cobre Paranapanema concluiu nesta semana um investimento de R$ 300 milhões, focado na modernização e expansão da capacidade de produção de sua unidade Caraíba, na Bahia. A fábrica - que produz cobre primário, incluindo catodos, vergalhões e fios trefilados - ficou 70 dias parada e volta agora a operar.


"A modernização gera mais produtividade, melhora a margem. Com esse investimento, que destaca a companhia do ponto de vista da tecnologia, acreditamos no ganho de market share [participação de mercado]", afirmou ao Valor, o vice-presidente da Paranapanema, Edson Monteiro.


Em plena operação, a capacidade da unidade sairá de 220 mil toneladas para 280 mil toneladas por ano de cobre. A empresa aproveitou uma parada regular, que já estava programada para o dia 21 de maio e geralmente dura 30 dias, para promover as renovações tecnológicas na produção. A principal mudança foi a melhoria na performance da fundição (processo de transformação do minério em metal) da unidade. Todo o projeto envolveu o trabalho de 2.600 funcionários de empreiteiras.


Para a longa parada, a companhia elaborou um plano de contingência, que evitou o desabastecimento do mercado. A demanda foi atendida com a importação de catodos de cobre do Chile e com a gestão do próprio estoque da empresa. Foi contratada a importação de 40 mil toneladas de catodos. "Tivemos que administrar isso em função da extensão da parada", explicou Monteiro. Segundo ele, em 15 dias será normalizado o abastecimento do mercado.


Grande parte da produção da Caraíba vai para o mercado externo. No ano passado, das 187,5 mil toneladas de cobre refinado vendidas pela empresa, 45% foram destinados às exportações, principalmente para os EUA e a Argentina.


Mas a nova capacidade é uma estratégia da empresa de reforçar seu foco no mercado interno. "Só o excedente é exportado. Acreditamos que a demanda do país vai crescer e queremos nos reposicionar", afirmou o executivo. Entre os grandes consumidores de cobre estão as empresas do setor de motores, transformadores de cobre e fios e cabos elétricos. A empresa fornece também para suas próprias operações: a unidade de semielaborados, em São Paulo. A expansão de semielaborados - de 72 mil toneladas para 130 mil toneladas - também está prevista no grande plano de expansão da Paranapanema, que envolve R$ 727 milhões entre 2011 e 2014.


O foco da empresa na renovação tecnológica é uma estratégia para melhorar sua competitividade, inclusive no mercado internacional. Em um momento em que o setor se volta para a ponta da cadeia - a mineração -, a companhia é totalmente dependente da importação do minério. Isso faz com que suas margens sejam apertadas. Diante das melhores margens na mineração, algumas empresas da metalurgia têm mudado de estratégia buscando a venda dos produtos com menor valor agregado. Parte desse movimento é fruto das características da China, que é forte na produção de transformados, mas tem a necessidade de importação de muito minério.
Fonte:Valor Econômico

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