segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ouro continua a atrair alguns grandes investidores


O ouro tem tido um desempenho ruim este ano, mas alguns fãs importantes dizem que o futuro do metal é brilhante.


Depois de subir a um recorde no ano passado, os preços do ouro caíram 13%. Houve uma pequena recuperação em 2012, mais o ouro ficou atrás das ações e de algumas outras commodities.


Alguns investidores, no entanto, incluindo a Pacific Investment Management Co. e os famosos diretores de fundosde hedge John Paulson e George Soros estão redobrando suas apostas em ouro, enquanto outros alardeiam previsões otimistas.


Eles citam uma ameaça contínua das turbulências financeira na Europa, a perspectiva de estímulo monetário adicional pelas autoridades dos Estados Unidos, que poderia corroer o valor do dólar e impulsionar o ouro, e o risco de que a inflação possa voltar.


Cada um desses cenários beneficiaria o ouro, que muitas vezes funciona como um refúgio da crise, e manteria seu valor em tempos de inflação.


Uma prova disso é que na quarta-feira, o ouro subiu quase 1% no pregão eletrônico após a divulgação das minutas da reunião de política monetária mais recente do Federal Reserve, na qual o Fed, o banco central americano, indicou que está se inclinando para uma nova rodada de flexibilização quantitativa. Muitos investidores preveem que ela pode ser anunciada já no mês que vem.


A Pacific Investment Management Co., ou Pimco, a maior gestora de fundos de títulos de dívida do mundo, aumentou recentemente seus investimentos em ouro no fundo de US$ 21 bilhões CommodityRealReturn Strategy, de 10,5% do total de ativos há dois meses para 11,5%, de acordo com Nicholas Johnson, cogestor do fundo. A Pimco prevê que a inflação americana começará a subir em cerca de um ano e que o ouro será um beneficiário.


"De um modo geral, preferimos ter ativos reais em vez de ativos financeiros", disse Johnson. Johnson acrescentou que seu fundo comprou ouro quando o preço do metal caiu e chegou perto de US$ 1.500 a onça.


Ontem, em Nova York, o ouro subiu 2% e fechou a US$ 1,669.60 a onça. Este ano a alta está em torno de 5%.


O recorde histórico do ouro, de US$ 1.888,70 a onça troy sem ser ajustado pela inflação, foi registrado em agosto do ano passado, apenas algumas semanas depois de a agência de classificação Standard & Poor's rebaixar a nota de crédito dos EUA.


O declínio desde então tem dado dor de cabeça a muitos investidores otimistas do ouro. Mas vários estão mantendo suas posições na expectativa de que o metal terá uma recuperação significativa em breve.


"Não ficaria surpreso de ver um novo recorde este ano", diz Eric Sprott, diretor de investimentos da Sprott Asset Management, do Canadá. A gestora de recursos tem vários fundos que oferecem exposições ao ouro, incluindo o Offshore Fund Limited, que aposta em ações de mineradoras, entre outras coisas. Essa exposição não tem ajudado o fundo, que já perdeu 26% do valor este ano até julho.


Gestores de fundos famosos, entre eles Paulson e Soros, também aumentaram seus investimentos em ouro, de acordo com documentos apresentados às autoridades de mercado. A empresa de Paulson, a Paulson & Co., tinha 98 milhões de ações de várias mineradoras de ouro em 30 de junho, um aumento de 3,5% em comparação ao fim do primeiro trimestre, segundo os documentos. As ações valiam US$ 1,9 bilhão em 30 de junho, segundo os documentos.


A Paulson & Co. tinha em 30 de junho 21,8 milhões de ações do SPDR Gold, um ETF, ou fundo negociado em bolsa, lastreado por ouro. Isso era 4,5 milhões de ações a mais do que em 31 de março, de acordo com os documentos. O aumento nas participações em empresas de mineração e no ETF refletem o otimismo de Paulson em relação ao ouro, algo que ele vem sustentando desde 2009, de acordo com uma pessoa próxima do fundo.


A Soros Fund Management LLC mais que dobrou sua participação em ações no SPDR no mesmo período, passando a deter ações que equivalem a um total de US$ 137,3 milhões em 30 de junho, de acordo com um documento separado. Os documentos não indicam por quanto tempo a empresa detinha as ações ou se as apostas mudaram desde então. Um porta-voz se recusou a comentar.


Alguns analistas não estão tão otimistas. O Credit Suisse rebaixou recentemente sua projeção de preços do ouro para 2012 em 5%, para US$ 1.680, por causa da fraca demanda por ouro físico na Índia e no Sudeste Asiático. A demanda da Índia e da China enfraqueceu nos últimos meses, de acordo com o World Gold Council, um grupo da indústria de mineração de ouro. O Morgan Stanley também reduziu suas previsões recentemente.


Outros analistas estão se mantendo firmes em suas previsões de alta do ouro. No fim de março, quando o metal titubeava, o Goldman Sachs Group Inc. reiterou uma previsão anterior de que os preços chegariam a US$ 1.785 em três meses. O ouro não cumpriu essa expectativa, mas o banco não mudou sua previsão.


"Nossa visão é de que o ouro ainda está subvalorizado", disse David Greely, estrategista-chefe de commodities do Goldman.
Fonte:Valor Econômico

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