terça-feira, 3 de julho de 2012

Feffer, da Suzano, faz estreia em mineração submarina




A costa brasileira está recheada de diamantes, ouro, cobalto, fosfatos e outras riquezas minerais. O território marítimo brasileiro explorável - um terreno com extensão de 3,5 milhões de quilômetros quadrados e 370 quilômetros mar a dentro, é, com o perdão do trocadilho, um mar de oportunidades de negócios. E embora o país ainda esteja atrasado na atividade se comparado a Nova Zelândia, Austrália ou África, uma empresa brasileira acaba de dar o primeiro passo para o avanço do processo. O grupo Cepemar, pertencente à holding IPLF, da família Feffer – os mesmos controladores do grupo Suzano -, iniciou recentemente os trabalhos de prospecção de jazidas minerais no nordeste do país após vencer licitação.

Sua tarefa não é explorar terrenos submarinos em busca de minérios. Mas levantar o potencial de jazidas que possam existir no arquipélago São Pedro e São Paulo, a cerca de mil quilômetros de Natal (RN), uma das duas áreas licitadas pelo governo em 2011. O levantamento deverá ser entregue à Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), que está sob o guarda-chuva do Ministério de Minas e Energia, até outubro. Também faz parte das obrigações do Cepemar medir o impacto ambiental da extração local. Para executar as tarefas, o grupo deverá investir inicialmente R$ 60 milhões. Boa parte da verba será destinada para arrendar o navio batizado como Ocean Stalwart, que há poucos meses já entrou em operação na área licitada.

Esse é o primeiro trabalho da companhia, que tem como uma de suas especialidades mapear o fundo do oceano, na área de mineração. “O potencial dessas áreas ainda é inestimável. Mas certamente há uma Serra Pelada oceânica em São Pedro e São Paulo”, disse Ronnie Vaz Moreira, presidente do grupo Cepemar, adquirido pelos Feffer no ano passado. Ex-Petrobras, o executivo tem o desafio de elevar a receita da companhia em cinco vezes até meados de 2016. O faturamento não foi revelado.



Mas sabe-se que o volume de recursos que o segmento vai movimentar nos próximos anos está longe de ser ínfimo. Entre 2010 e 2014, o setor de mineração deverá receber injeção de recursos da ordem de US$ 65 bilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração. Nesse mesmo período, apenas no que diz respeito à mineração submarina, o Brasil deve triplicar investimentos anuais para procurar ouro, diamantes e outros tesouros escondidos no fundo do oceano. Em 2011, R$ 47 milhões de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram destinados para o começo dessas atividades. A área em estudo pela companhia, em São Pedro e São Paulo, é rica em minerais valiosos. O segundo bloco licitado até agora pelo CPRM tem potencial cobaltífero e fica na elevação do Rio Grande, ao sul. Uma companhia estrangeira deverá fazer o levantamento do potencial. Nesse terreno de negócios, aliás, o Cepemar disputa as licitações apenas com empresas de outros países.

Década de amadurecimento

Deve demorar ao menos dez anos para que o Brasil veja as movimentações de extração submarina, até que as jazidas sejam identificadas, o governo delimite as áreas, publique editais de licitação e as companhias interessadas na exploração se manifestem. “O custo de extração no mar é bem mais alto”, diz Vaz. A extensão de terreno submarino explorável poderá aumentar para 4,5 quilômetros (650 quilômetros mar a dentro), solicitação feita pelo Brasil a órgãos internacionais.
Fonte: Brasil Econômico

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