sexta-feira, 22 de junho de 2012

Falta de profissionais em mineração eleva salários para até R$ 50 mil 
Psicólogo, economista, administrador de empresas, especialista em recrutamento, Geólogos e engenheiros então entre as especializações com mair demanda


De um lado, a falta de profissionais capacitados. Do outro, os altos salários para quem consegue se estabelecer no setor. Esse cenário não é um problema só para a construção civil e para as indústrias de óleo e gás e tecnologia. Aquecida pelo preço das commodities – especialmente do ouro, ferro e cobre –, a mineração sofre do mesmo mal.

MINERAÇÃO CRESCE NA ESTEIRA DO PREÇO DAS
COMMODITIES E SALÁRIOS FICAM INFLACIONADOS

(FOTO: AGÊNCIA VALE)
Faltam engenheiros, mas não só eles. Psicólogos, economistas, administradores de empresas, médicos do trabalho, geólogos e até mesmo especialistas em recrutamento são escassos.Esta escassez começa nas universidades. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil é um dos países que menos forma engenheiros. São apenas 30 mil por ano – para falar apenas da principal formação exigida pelo setor. Países como Rússia e Índia formam mais de 110 mil profissionais anualmente. A China, por sua vez, entrega ao mercado cerca de 300 mil (dez vezes o número brasileiro).

Diante deste quadro, a briga para segurar talentos fez os salários no setor subirem. É possível ganhar desde R$ 5 mil, em uma vaga mais técnica, até R$ 50 mil, em cargos de alto escalão. “Dificilmente você contrata um técnico iniciante por menos de R$ 5 mil, atualmente. Nos últimos dois anos, os salários aumentaram, em média, 30% em todos os níveis. Antes disso, um cargo deste porte começaria em R$ 3 mil”, diz Fernando Guedes, sócio-gerente da Asap, consultoria de recrutamento de média gerência.

Para preencher as vagas, as empresas tentaram inicialmente atrair profissionais de outros setores, como a siderurgia. Enquanto a mineração vem crescendo de forma expressiva - segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o setor será responsável por aportes de aproximadamente US$ 75 bilhões entre 2012 e 2016, mais que os US$ 32 bilhões investidos entre 2007 a 2011 - a siderurgia sofre com a competição chinesa. No entanto, esta estratégia já se esgotou. “Quem tinha que sair já saiu”, avalia Guedes.

TÉCNICOS COMEÇAM GANHANDO R$ 5 MIL
(FOTO: AGÊNCIA VALE)

Para resolver o impasse, as companhias têm adotado diferentes estratégias. O investimento em programas de trainee e estágio ainda é a melhor saída na hora de preencher os postos mais técnicos. Ao investir na base, a empresa resolve internamente a demanda por meio do chamado efeito cascata (a promoção).

Outra estratégia é a "importação" de profissionais para conseguir crescer. Eles vêm do Canadá, Austrália e, principalmente, do Chile. Os números oficiais de empregados com carteira assinada, contudo, é baixo. Por causa das leis trabalhistas, os estrangeiros integram as equipes como consultores, por meio de contratos de prestação de serviços.

E, como toda crise oferece uma oportunidade, empresas de recrutamento especializadas na indústria têm oferecido programas de capacitação. Os cursos podem ser contratados tanto por mineradoras com dificuldade em preencher vagas, quanto por profissionais que querem atuar no segmento.

“O setor deve oferecer aproximadamente 150 mil vagas de emprego até 2015, concentradas principalmente nos estados do Pará, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Maranhão”, estima Denise Retamal, diretora executiva da RHIO’S, consultoria especializada nas indústrias de mineração, petróleo e gás, energia e construção civil.

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